quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Interface cérebro-Twitter permite twitar usando o pensamento

Blogar usando 140 caracteres ou menos não parece ser algo que canse muito os dedos na digitação ou que desgaste muito o teclado. Mas o pesquisador Adam Wilson queria maior comodidade na sua microblogagem e inventou uma interface cérebro-Twitter que permite que os posts sejam feitos usando apenas o pensamento.

A mensagem que marcou a estreia da interface cérebro-Twitter tinha apenas 23 letras: using EEG to send tweet (usando eletroencefalograma para twitar).

Ferramenta para deficientes

O significado da demonstração, contudo, vai além: ela ilustra uma nova forma por meio da qual pessoas imobilizadas podem usar interfaces relativamente simples para se conectar com o mundo exterior.

O objetivo de Wilson não era fazer propaganda da já famosa ferramenta de microblogagem. Ele é parte de um grupo de pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, que trabalha para aperfeiçoar sistemas de comunicações para pacientes hospitalizados e para pessoas com deficiências físicas, mas cujos cérebros funcionam bem.

Entre os alvos dessas novas tecnologias estão pessoas que sofrem de esclerose amiotrófica lateral, vítimas de derrames ou de danos na medula espinhal.

Interface cerebral

Eletrodos instalados em uma espécie de capacete flexível detectam os sinais elétricos do cérebro e os transformam em ações físicas, como mover o cursor na tela do computador.

As diversas letras do alfabeto são mostradas na tela, como se fossem um teclado. "Cada uma delas pisca individualmente," explica o Dr. Justin Williams, orientador da pesquisa. "E o que o seu cérebro faz é, se você está olhando para o R na tela e todas as outras letras estão piscando, nada acontece. Mas quando o R pisca, sua atividade cerebral muda porque há uma alteração em algo que você está prestando atenção."

Essa alteração momentânea no cérebro é entendida pelo sistema como o seu desejo de selecionar a letra R. E assim por diante, até completar a mensagem.

Retinas artificiais aproximam-se do uso prático

Próteses eletrônicas de retina

Pessoas cegas ou com sérios problemas visuais, sofrendo de condições degenerativas da retina, sentir-se-iam muito felizes se fossem capazes de reconquistar a mobilidade, andar sem auxílio, serem capazes de levar uma vida independente, reconhecer faces e ler novamente.

Esses desejos estão documentados em uma pesquisa feita na Europa há cerca de 10 anos. O objetivo da pesquisa era descobrir o que os pacientes esperavam do desenvolvimento das próteses eletrônicas de retina.

Hoje esses desejos parecem estar se tornando realidade, de acordo com uma série de apresentações feitas no simpósio internacional Visão Artificial, que aconteceu na semana passada em Bonn, na Alemanha.

Alta tecnologia para as pessoas

Os cientistas estão trabalhando no desenvolvimento de próteses para a retina há mais de 20 anos. As pesquisas têm sido conduzidas de forma particularmente intensivas na Alemanha, onde pacientes e cientistas têm trabalhado em conjunto para conseguir financiamentos governamentais para as pesquisas.

"Não queríamos alta tecnologia apenas para os programas espaciais e militares; finalmente estamos tendo alta tecnologia também para as pessoas," disse o professor Rolf Eckmiller, um especialista em neuroinformática da Universidade de Bonn e um dos pioneiros nesse campo.

Os investimentos e os esforços agora estão dando resultado: três dos quatro grupos que apresentaram progressos durante o evento são da Alemanha, que lidera claramente as pesquisas na área.

Conexão artifical a neurônios devolve movimento a membros paralisados

São Paulo - Cientistas desenvolvem aparelho do tamanho de celular que envia sinais cerebrais para músculos paralisados pelo computador.

Uma conexão artificial entre células nervosas do cérebro e músculos demonstrou ser capaz de restaurar movimentos voluntários de membros paralisados. A descoberta foi publicada no jornal científico Nature.

Cientistas da Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, implantaram eletrodos no cérebro de dois macacos, em pesquisa similar à liderada pelo brasileiro Miguel Nicolelis.

Cada eletrodo captava sinais de um único neurônio e estes sinais eram encaminhados para o computador através de um circuito externo.

Os sinais nervosos controlaram um cursor na tela e os macacos foram treinados a mover o cursor usando apenas sua atividade cerebral.

Depois disso, os cientistas paralisaram temporariamente o pulso dos macacos usando anestesia local. Eles reencaminharam os sinais dos eletrodos para distribuir sinais elétricos para os músculos do pulso e descobriram que os macacos poderiam controlar seus membros paralisados usando a mesma atividade cerebral. Os macacos aprenderam a fazer isso em menos de uma hora.

A tecnologia ainda é limitada a músculos paralisados temporariamente. Mas, para o futuro, os pesquisadores buscam desenvolver um dispositivo semelhante que possa ser útil para permitir que indivíduos com paralisias severas acendam a luz, pressionem um botão ou segurem uma xícara de café.

Segundo os cientistas, fazer conexões diretas do cérebro para o músculo poderia evitar o pesado processamento via computador necessário para decodificar os sinais que alimentam os braços robóticos e outras próteses, como acontece nos experimentos realizados até hoje.

Já a pesquisa da Universidade de Washington se baseou num chip alimentado por bateria do tamanho de um celular. Futuramente, o chip pode ficar bem menor.

"Já temos muitos eletrônicos que podem ser colocados dentro de um bolso de camisa. Esperamos em alguns anos ter esse equipamento pequeno o suficiente para ser implantado sob a pele, como um marca-passo", declarou o coordenador da pesquisa, Chet Moritz.


Por Redação do IDG Now!