quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ciber NSA busca apoio para Laboratório modelo.

A Ciber NSA começou a divulgar os projetos que tem na tentativa de buscar apoio para a abertura de um Laboratório modelo na cidade de Curitiba no Paraná.
Dentre os projetos divulgados estão as Próteses de membros inferiores e superiores C-TECH Robotics, o Exoesqueleto NSAIBO-5 Robotics, os biochips de análise de metabolismo de medicamentos JC77 e os biochips JC14 que servem para análise de doenças e hemogramas completos.
Parte desses estudos ainda estão em andamento porém a Ciber NSA tem sido a primeira empresa privada do Brasil a comprometer-se com esse tipo de desenvolvimento e com essa linha de pesquisa.

Abaixo a entrevista cedida por Michele de Souza, Presidente da Ciber NSA, a E-TECH no dia 26/10/2009

Qual a maior dificuldade que a Ciber NSA enfrenta hoje?
"Investimento, esse tem sido o nosso maior obstáculo. Sabemos que no Brasil a dificuldade é grande para tecnologias de ponta como as que estamos propondo até porque a maior parte dos empresários brasileiros tem medo de inovar, o que não acontece em outros países, também não é somente medo e isso não ocorre por falta de recursos, no Brasil rola muita grana, mas a maior preocupação é com o gasto em viagens, jóias e roupas. Tem muita gente falando em filantropia e etc mas tem muita conversa aí.
Até hoje temos contado apenas com investimento próprio e isso nos desacelera, mas não nos para."


Porque desenvolvem projetos com baixo custo, se comparado a outros semelhantes, não seria melhor um lucro maior para poder reinvestir?
"Você consegue imaginar um deficiente físico pagando 30 ou 40 mil reais ou até mais por uma prótese de alta performance? Não é a realidade do povo daqui do Brasil. É muito legal falar em quantias altas, mas se só isso for avaliado perde sentido o trabalho de quem faz o que gosta.
Nós conseguimos desenvolver um projeto de próteses até com sensibilidade tátil que não custará mais de 10 mil reais e que poderá até ser financiada por Bancos, em cima desse projeto estamos montando um outro modelo mais barato para poder ser oferecido pelo SUS. Uma pessoa que perde um braço ou uma perna deixa de ser gente aqui no Brasil, não pode várias coisas, porque?
Em muitos países uma prótese de perna como a C-Leg, da Otto Bock, é bem mais barata e há onde é fornecida pelo sistema público de saúde, aqui no Brasil se quer ter uma dessa vai ter que pagar caro, pode chegar a R$ 90 mil, vamos ver agora um simples trabalhador comprar uma dessa, isso não vai acontecer e ele usará uma simples, então, dependendo da profissão, não voltará a trabalhar e terá que se contentar com o salário mínimo que se não me engano é R$465,00 tenta viver com esse valor, depois de uns 2 meses me conta como foi a dura experiência (risos)."

E sobre os outros projetos como pretendem atingir os objetivos?
"Indo atrás dos empresários. Todos os dias eu encaminho e-mails para diversos empresários, empresas e políticos, as vezes ouço um não, outras vezes um "vou analisar" e por aí vai, mas foi assim que conseguimos o apoio da Associação Paranaense de Reabilitação (APR) e hoje em agradecimento nos oferecemos para auxiliá-los nas pesquisas que pretendem desenvolver.
Fácil não está sendo, estamos colocando em prática aos poucos, mas trabalhamos de verdade, querendo fazer mais, querendo realmente que pessoas possam ter uma vida melhor.
Pensamos como brasileiros, não fazemos o tipo vamos sair do Brasil para fazer algo mais porque aqui não dá, queremos que aqui dê, é possível, os outros países tiveram que começar de algum ponto de partida e não do meio, buscamos fazer algo de qualidade, mas mais barato porque pensamos objetivamente e friamente sem estrelismos."

Conte para nós e para nossos leitores sobre o Exoesqueleto NSAIBO-5 .
"Exoesqueleto é um esqueleto externo. O primeiro protótipo foi desenvolvido pela NASA para fins militares sendo seguindo pela Honda. O exoesqueleto é um esqueleto externo que permitirá uma pessoa paraplégica levantar e também caminhar.
O NSAIBO-5 é um exoesqueleto 100% robótico, mais delicado que os já estudados, composto por motores de passo e de redução juntamente com sensores e mecanismos de apoio que permitirão uma pessoa paraplégica ou tetraplégica retome movimento.
Um sistema neural RNA (Rede Neural Artificial) permitirá o uso do sistema i-Emotion baseado na neuro-tecnologia, o i-Emotion utiliza sensores que se ajustam aos sinais elétricos produzidos naturalmente pelo cérebro para detectar pensamentos, sentimentos e expressões, esses sinais são enviados, sem fios, para a plataforma do NSAIBO-5 que interpreta e movimenta-se de acordo com o desejo do usuário, tudo isso em fração de milésimo de segundos."

Então isso fará uma pessoa voltar a andar?
"Exato! "

Esse é o sonho de todas as pessoas que sofrem de deficiência grave.
"É verdade, hoje a tecnologia pode oferecer isso para as pessoas. Isso sem contar que agora temos um efeito inverso ao que ocorreu no passado. Quando Einstein desenvolveu a fórmula E=MC2 essa resultou na bomba atômica o que o deixou em depressão. Santos Dumont ficou em depressão porque o avião foi usado para matar nas guerras. Agora tecnologias inventadas militarmente, como o que aconteceu com o exoesqueleto que era para dar força sobre humana para os soldados, abre portas para utilização na área da saúde ou do ensino."

A Ciber NSA tem duas sócias mulheres, será que isso não tem dificultado?
"Eu acho que não, pelo contrário, isso tem nos auxiliado muito porque tem muita gente que prefere trabalhar com mulher, isso ocorre na NSA. Nosso colaboradores são na grande maioria homens e eles mesmos dizem que é mais fácil porque mulher não faz rodeios, fala o que quer e pronto, eles não tem que tentar adivinhar. Pelo menos é o que ouvimos. (risos)"

Sobre os biochips, de onde tiraram essa ideia?
"De outros países (risos), te garanto que essa não foi uma ideia 100% nossa. Já há biochips desenvolvidos e em processo de pesquisa na Europa, o que fizemos foi adaptar a idéia para outras finalidades. Em breve pacientes portadores de câncer já não precisarão passar semanas aguardando a resposta da biopsia. Hoje é necessário uma sala cheia de equipamentos para avaliar uma amostra clinicamente relevante de marcadores de câncer e leva dias, que acha disso ser feito em duas horas ou até menos?
Hemogramas completos também são nosso alvo, uma gota de sangue será o suficiente. Rápido, prático e seguro como um teste de glicemia."

O biochip então será um produto ou um equipamento?
"Tanto faz o título, mas acho que se aplica mais o título produto, porém há quem o rotule como equipamento."

Sua sócia na Ciber NSA está fazendo tratamento contra o câncer, poderia ter sido isso que as fez pensar no desenvolvimento desse biochip?
"Não e Sim. Não porque isso já vinha sendo analisado desde agosto de 2007 e o câncer da Sabrina começou a "se mostrar" em novembro de 2008, Sim porque com esse acontecimento começamos a olhar para a doença com outros olhos, um receio misturado com uma sensação de ter sido feita de boba, sabe quando você fica irritado porque alguém te passou pra trás e você não pode fazer nada? Bem essa.
Com doença dela comecei a ler mais sobre o câncer, no caso dela é um osteossarcoma, e vi que este câncer em especial ainda não está com pesquisas muito adiantadas, sabe-se pouco sobre a doença e há poucas opções de tratamento. Hoje já há medicamentos monoclonais para câncer de mama, por exemplo, o que aumentam as chances de sucesso no tratamento, mas para osteosarcoma não e estou pra dizer que muita gente sabe que o câncer existe, mas que quase ninguém sabe que câncer ósseo existe, acho que por isso este tipo é descoberto um pouco em cima da hora para tratar e a maioria dos pacientes perde o membro.
De tanto eu ler literaturas a respeito acabei estudando como utilizar os biochips para o diagnóstico da doença e também para teste de medicamentos. Outro foco é o desenvolvimento de biochips implantáveis capazes de detectar o aparecimento da doença antes da pessoa desenvolver os sintomas.
"

Essa aplicação antecipada é possível?
"Sim, o biochip é como um laboratório clínico do tamanho de um chip de computador, por estar implantado ele pode ser capaz de detectar em minutos se uma pessoa está ou não infectada por algum vírus, se há infecções com bactérias específicas. No câncer é mais ou menos assim também, o biochip poderá identificar proteínas e moléculas de DNA fazendo a análise de marcadores específicos, podendo fazê-lo até pela saliva, assim determinará se uma pessoa está doente ou não.
Como o câncer deixa seus rastros na corrente sangüínea e as células CTC (Circulating Tumor Cells) são extremamente raras, em casos de tumores sólidos esse "rastro" produzido por estas células é menor ainda os biochips do projeto M-Digitals conseguirão detectar as células CTC a em uma gota de sangue, para isso o biochip irá isolar, contar e analisar as células CTC.
Já estão sendo criadas aplicações semelhantes fora do Brasil, para nós isso custará caro, fabricando aqui, não."

Então no futuro será possível praticamente adivinhar que uma pessoa está com uma doença? Demorará muito? E o custo disso?
"É quase isso. Quase adivinhar.
Não acho que demorará muito, porém custará um pouco caro aqui no Brasil como eu disse antes, isso porque virá de fora se alguém não fizer isso aqui, uma hora dessas inventam isso, é óbvio, ainda mais que nós temos divulgado os projetos da Ciber NSA como o que estou fazendo nessa entrevista, mas nosso trabalho é pra fazer isso no Brasil a um custo baixo, é importante isso estar ao alcance de todos os brasileiros. Aqui já não é aplicada a lei de igualdade que diz que todos devem ter acesso a saúde, o rico tem mais acesso que o pobre, o pior é ver que os empresários não percebem que compensa mais deixar disponível para todos do que só para os ricos afinal tem mais pobre classe média no Brasil do que rico, o SUS paga a conta, é só deixar acessível a ele, porque os empresários brasileiros não usam a receita da internet? O Google fatura bilhões com serviços gratuitos, quem ganha mais, a Google ou a UOL?
Deixam de investir em empresa como a nossa porque queremos fazer algo mais barato e com qualidade, se disséssemos que nossa prótese poderia ser vendida por R$100.000 mil choveria empresário querendo, mas como gostaríamos de torná-la mais acessível deixa de ser interessante. Essa é a nossa realidade"

É verdade que você darão uma prótese para um voluntário?
"Sim, é verdade! Se o voluntário vai usar para testar e para mostrar durante o lançamento, que tipo de pessoa nos tornaríamos se déssemos a este a oportunidade de sentir o calor de um chocolate quente e depois tirar isso dele?
A pessoa já está sendo voluntária, precisamos disso, está nos ajudando, passa pela ansiedade da pré colocação, a alegria, coloca um equipamento como esse, sente novamente coisas que não sentia, aí nós vamos e pegamos de volta. Não temos coragem. Será bom ver o sorriso e deixa-lo lá no rosto de quem deu."

Porque vocês não usam site na internet?
"Temos um microblog o www.cibernsa.webs.com e um blog o www.cibernsa.blogspot.com, no microblog há um currículo do que fazemos e o blog é para notícias, isso já está bom. Usamos recursos próprios para nossas pesquisas, temos dívidas para pagar e com isso não é conveniente custear um site. Eu ou minha sócia, Sabrina Belon, até poderíamos nós mesmas fazer um, mas isso demandaria tempo o que não temos.
Nosso tempo tempo é dividido entre as pesquisas, a montagem do protótipo da prótese e o tratamento da Sabrina, não dá pra ficar atualizando um site, já tem o blog, não vale a pena complicar."

Você a acompanha no tratamento?
"Sim. Todo o tempo. O que ela tem não é um resfriado, faz um tratamento contra o câncer, o apoio é crucial numa horas dessas até para que a pessoa dê continuidade ao tratamento, por mais que ela tenha vontade de viver há momentos em que fica mais abatida, é nessa hora que eu entro em cena, brinco, puxo papo, incentivo ela a desabafar e compreendo como fica revoltada com a doença, mas nem por isso deixo-a cair, já cutuco, levo no papo, faço-a entender que tudo na vida passa e que não há mal que seja eterno. Aí ela levanta a cabeça e toca em frente, com o passar do tempo essas crises diminuíram e hoje ela está mais forte. É uma lição de vida, uma guerreira!"

Falar sobre esse problema lhe incomoda?
"Um pouco, é como se você tivesse um espinho na sola do pé, cada vez que colocar o pé no chão ele vai te machucar, é a mesma coisa. Hoje sinto uma sensação de impotência que jamais senti e vejo que muitas pessoas sentem-se assim. Todas as vezes vou com a Sabrina ao Hospital onde ela faz tratamento e sempre falo com outras pessoas que também estão em tratamento, o que o câncer faz com as pessoas é de deixar qualquer um revoltado."

Onde a Sabrina faz tratamento vocês são bem atendidas? Recebem informação sobre a doença? Isso as ajudou nas pesquisas?
"Sim, sim e sim (riso). Ela faz tratamento no Hospital de Clínicas de Curitiba, eu não conhecia lá, mas já tinha ouvido falar muito bem do hospital, no fim é melhor do que esperávamos, somos muito bem atendidas e ela é bem cuidada lá. O pessoal da oncologia é super bacana, toda a equipe. Há pessoas lá que já temos um vínculo de amizade e que gostamos muito mesmo, tanto que quando formos comemorar o fim do tratamento queremos convidá-los.
Recebemos bastante informação lá. Os Médicos que nos atendem respondem a todas as perguntas e se prontificam a ajudar-la na luta contra a doença inclusive vendo se há novas drogas para o tratamento, mesmo que seja necessário comprarmos de outro Estado ou País pela ausência aqui no Brasil. São muito bacanas mesmo tanto que já amamos eles.
Ajudou muito. Há informações que obtemos com eles que quando chegamos em casa colocamos no papel para auxiliar nos desenvolvimentos. Há detalhes que jamais imaginávamos e que nos fizeram olhar para os projetos com outros olhos."

Muito obrigado pela atenção e pela sua gentileza, nós da E-TECH desejamos que vocês consigam atingir o objetivo de vocês, é muito bom ver que já está nascendo no Brasil emrpesas que poderão elevar o nome do nosso país mundo a fora.
"Agradeço também e o faço por mim, pela minha sócia e por nossos colaboradores. Esperamos também que possamos fazer mais pelo nosso país e desejamos que vocês possam estar ao nosso lado nessa conquista.
Agradeço aos leitores também pela atenção."


"Agradecimentos a E-TECH Tecnologia por ter cedido a cópia da entrevista. "

Sistema neural interpreta pensamentos básicos à distância

Um conjunto internacional de pesquisadores, coordenados pelo Dr. Juan López Coronado, da Universidade Politécnica de Cartagena, na Espanha, está desenvolvendo um sensor que pretende não apenas ser capaz de interpretar intencionalidades básicas do pensamento humano, mas também de interpretá-los à distância.

O objetivo da pesquisa não é criar algum tipo de "leitor de pensamentos", mas de permitir que pessoas com deficiências físicas e neurológicas possam controlar equipamentos robotizados sem a necessidade da inserção física de sensores em seus corpos ou mesmo da colagem de sensores diretamente na cabeça.

Roupas inteligentes

O conjunto de sensores sem fios deverá ser instalado em um chapéu ou boné ou mesmo em uma outra peça de roupa dotada de conexões elétricas, conhecidas pelo conceito de "roupas inteligentes."

"O dispositivo permite decodificar a intencionalidade da pessoa por meio de sensores não-invasivos, ou seja, sem a necessidade de perfurar a caixa craniana. Algoritmos de computador capturam os sinais elétricos dos sensores e interpretam os aspectos básicos do pensamento humano ligados à coordenação motora," explica o Dr. Coronado.

Antecipando o movimento do outro

Se esta descrição do novo sistema não parece apresentar muitas novidades, o Dr. Coronado logo antecipa novidades quando o sistema for utilizado simultaneamente por várias pessoas: "Entre duas pessoas que estejam portando o novo sistema, tendo os sensores no boné ou na roupa, um deles poderá interpretar com antecipação se a outra pessoa pretende estender a mão para cumprimentá-lo."

Por exemplo, duas pessoas cegas, ambas portando o novo sistema de sensores sem fios, poderão aproximar-se e cumprimentar-se dando-se as mãos naturalmente. Várias outras possibilidades serão exploradas nos primeiros testes, incluindo o acompanhamento de pessoas idosas e o acionamento à distância de equipamentos robotizados.

Redação do Site Inovação Tecnológica

Primeiro sistema operacional 100% livre de erros está pronto

Inovação radical em software

Programas de computador representam o melhor exemplo de um produto que usufrui de inovações tecnológicas contínuas - daquelas que não chamam muito a atenção e geralmente não viram manchete, mas que estão melhorando continuamente os aplicativos, incorporando novas funcionalidades e atendendo às novas necessidades dos usuários.

Mas será que é possível que os programas de computador experimentem também inovações tecnológicas disruptivas - daquelas radicais, que viram manchete e mudam o caminho de uma determinada área?

Certamente que sim. A criação dos protocolos de comunicação que viabilizaram a Internet, sistemas operacionais com interfaces gráficas, o primeiro navegador de páginas web, protocolos da computação distribuída, todos são exemplos que tecnologias que mudaram o rumo da informática.

Software 100% livre de erros

É muito possível que estejamos agora frente a mais uma inovação nessa categoria de revolucionária na área de software.

Pesquisadores australianos relataram que, pela primeira vez, conseguiram provar com rigor matemático que o núcleo principal de um sistema operacional - tecnicamente conhecido como kernel - está 100% livre de erros de programação (bugs).

Isto significa que a parte principal do sistema operacional não estará sujeito a falhas, travamentos e nem a ataques que explorem falhas de segurança, que simplesmente não existem.

Mundo completamente novo

O avanço deverá ter implicações diretas no funcionamento e na segurança de computadores que controlam equipamentos que devem apresentar altíssima confiabilidade, como aparelhagens médicas de exames e cirurgias robotizadas, sistemas aeroespaciais e servidores de informática de missão crítica.

"Eu acredito que não é um exagero afirmar que nosso sistema abre um mundo completamente novo no que diz respeito à construção de novos sistemas altamente confiáveis e seguros," diz o Dr. Gernot Heiser, que coordenou a equipe que desenvolveu a nova técnica nos laboratórios da Universidade Nova Gales do Sul, na Austrália.

Não se trata apenas de uma verificação intensiva do código contra erros específicos. O sistema de verificação garante que o kernel atende inteiramente a toda a sua especificação, não se desviando dela em todos os aspectos, incluindo a funcionalidade e a segurança

Software livre de erros

Uma regra no mundo do software - não-científica, mas largamente citada - é que há 10 bugs para cada mil linhas de código de um programa. Programas mais maduros e mantidos por grandes equipes certamente têm menos, mas nenhum engenheiro ou programador em bom juízo se arriscaria a dizer que seu sistema é 100% livre de erros.

Isto mostra o significado do feito alcançado pelos pesquisadores australianos, comprovando matematicamente a correção de um kernel desenvolvido em linguagem C por uma equipe de seis pessoas ao longo de seis anos.

Esta é a primeira vez que se demonstra de forma conclusiva que é possível construir programas de computador totalmente livres de erros.

A correção do programa também significa que ele está imune a todos os tipos mais comuns de ataques, como os chamados buffer overflows, um forma de ataque na qual os hackers tomam controle dos programas injetando pequenas porções de código malicioso.

Sistema operacional embarcado

O usuário de computadores tradicionais deverá esperar um pouco antes de poder usufruir do acréscimo de segurança e confiabilidade oferecido por um sistema operacional livre de erros.

O kernel 100% correto pertence a um sistema operacional do tipo embarcado (embedded system), que roda em computadores dedicados a tarefas específicas - seu nome é Secure Embedded L4 (seL4).

A nova técnica de verificação, contudo, poderá ser utilizada no desenvolvimento de qualquer outro programa, seja um sistema operacional ou outro aplicativo qualquer.


Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/10/2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mapa das Doenças mostra conexões entre enfermidades

Mapa das Doenças mostra conexões entre enfermidades

Há muito tempo os médicos sabem que determinadas doenças aumentam o risco de que o paciente venha a apresentar outras doenças. É o caso, por exemplo, da diabetes, que comumente aparece juntamente com a pressão alta, ou da diabetes e da obesidade.

Contudo, nem sempre há uma relação simples de causalidade, do tipo "esta doença causa aquela." Na verdade, o risco de algumas doenças ocorrerem em conjunto, ao mesmo tempo, no mesmo paciente, é muito maior do que o risco dessas doenças surgirem sozinhas, mesmo que os médicos não consigam isolar sua causa.

Rede Fenotípica de Doenças

Agora, uma equipe de cientistas das Universidades Northeastern e Harvard (EUA) criou um mapa que mostra visualmente essas "associações entre doenças". O mapa foi formalmente batizado de Rede Fenotípica de Doenças.

O trabalho foi gigantesco, envolvendo 32 milhões de registros médicos e 13 milhões de pacientes hospitalizados, o que torna o Mapa das Doenças a maior base de dados de relacionamentos entre doenças já construído.

Mapa das Doenças na internet

O mapa foi disponibilizado gratuitamente na internet em um site interativo chamado HuDiNe (HUman DIsease NEtwork - http://hudine.neu.edu).

Nele, os visitantes podem comparar a intensidade das associações entre doenças específicas, com a possibilidade de mostrar os dados por sexo e por etnia.

Os especialistas acreditam que o estudo de conexões como essas poderá melhorar muito o conhecimento médico e até mesmo ajudar a elucidar as origens de algumas doenças específicas.

Doenças associadas

"A rede de mapeamento de doenças usando registros médicos digitalizados muda dramaticamente a forma como nós entendemos as doenças em geral," diz o Dr. César Hidalgo, que coordenou a criação do Mapa das Doenças. "As redes de interconexões entre as doenças também poderão ser utilizadas para informar os pacientes das doenças que eles têm maior risco de desenvolver."

O resultado do trabalho foi publicado no jornal científico PLoS Computational Biology.

Entre os primeiros resultados da pesquisa, os cientistas constataram que pacientes afetados por doenças que apresentam altos índices de conexão morrem mais cedo do que os pacientes que sofrem de doenças com menor número de conexões.

Fonte: Diário da Saúde

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ciber NSA inicia a última etapa de montagem dos protótipos das próteses C-TECH Robotics

Após seis anos de pesquisas e de ter iniciado o desenvolvimento do projeto dos Biochips JC77 Metabólico com a função de estudar o metabolismo de medicamentos no corpo humano e JC14 Pesquisa desenvolvido especificamente para pesquisa de doenças, a Ciber NSA, empresa de Cibernética e Tecnologia, iniciou no dia 01 de outubro a última etapa para a fabricação as próteses de membros superiores e inferiores C-TECH Robotics.
A empresa que vinha a seis anos pesquisando e desenvolvendo o projeto para a criação de próteses robóticas conseguiu finalizar o projeto e em 2010 disponibilizará no mercado, através ou não de outra empresa, próteses capazes de executar movimentos das mãos, braços, pernas e pés humanos com maior fidelidade e precisão.
O projeto das C-TECH Robotics é tão amplo que permite a confecção de próteses com recursos como MP3, MP4 com visor de LCD e câmera digital integrada além dos modelos com sensibilidade tátil e o Aqua-R que é a prova d'agua.
É previsto a fabricação de próteses para crianças, jovens e adultos respeitando as necessidades de cada faixa etária.
Apoiada pela APR (Associação Paranaense de Reabilitação) de Curitiba, que também é parceira no desenvolvimento, a Ciber NSA pretende apresentar a primeira prótese implantada em março de 2010 durante o lançamento da C-TECH Robotics e mesmo que faça a venda com ou sem transferência de tecnologia prevê um acordo que possibilite que pacientes possam adquirir alguns dos modelos pelo SUS.
A oportunidade de lançar uma proposta como esta vem do fato de que as C-TECH Robotics não serão de alto custo mesmo os modelos mais avançados.
"Demoramos na pesquisa para desenvolvimento da C-TECH porque queríamos criar algo que não ficasse caro demais, nosso desejo é que pessoas comuns pudessem ter acesso ao produto e não somente as pessoas da alta sociedade. Gente é gente, isso não depende de uma condição social" explica Michele de Souza Presidente e Fundadora da Ciber NSA.
Para pessoas que passaram por traumas e não desejam passar por nenhum procedimento cirúrgico mesmo sendo ele um tanto simples foi desenvolvido a C-TECH Robotics modelo S22, isso aconteceu após a Vice-Presidente da empresa Sabrina Belon ter vivido recentemente um trauma ter tido a perna esquerda amputada por causa de um câncer no fêmur (osteosarcoma) que não respondeu adequadamente a quimioterapia sendo então esse o melhor caminho para que o tumor fosse totalmente retirado. "Como entrei para uma cirurgia de salvamento da perna e que após abrirem viram que não era possível o procedimento foi bastante demorado e perdi sangue, depois da cirurgia fiquei um tempo na UTI até meu corpo estabilizar, ficaria mesmo que não sofresse amputação porque a de salvamento era uma cirurgia grande, por ter passado por isso pelo menos no momento não estou preparada para ir para um centro cirurgico novamente, espero não ser mais necessário. Muitas pessoas devem ter sentido o mesmo que eu, isso foi crucial para eu analisar uma forma de usar o mesmo sistema sem a necessidade do implante e descobrimos" conta Sabrina Belon.
Ambos os modelos respondem igualmente o que os difere um do outro é o fato de que o com base implantável não necessita de remoldagem do encaixe caso o usuário engorde ou emagreça.
O legal dessas próteses é que elas foram criadas como um equipamento comum, um computador, celular ou outro aparelho, quando houver um modelo novo a pessoa pode comprar e colocar simplesmente. A atualização do sistema também será disponibilizada pela Ciber NSA.
Outro diferencial dessas próteses está na manutenção, as C-TECH Robotics possuem saída para diagnósticos e correções o que permite a análise de um determinado problema e a pronta manutenção caso o problema seja simples fazendo com que o usuário não passe muito tempo sem a mesma.
Vale lembrar que a Ciber NSA afirma que as C-TECH Robotics não sofrem risco de defeito sendo que essa possibilidade existirá em caso de grande impacto da prótese.
Será que teremos aqui no Brasil o primeiro Cyborgue?

Fonte Instituto de Cibernética e Tecnologia Ciber NSA





Nanorreator reforça metabolismo e faz células lutarem contra o câncer

Cientistas suíços demonstraram que as células humanas podem ter seu metabolismo reforçado sem nenhuma alteração genética, bastando inserir nelas minúsculas nanoesferas feitas de polímero e cheias de enzimas.

Os pesquisadores esperam que essas nanopartículas possam abrir caminho para uma nova geração de terapias contra o câncer e até mesmo aumentar a capacidade metabólica do ser humano.

Organelas

As células da maioria dos seres vivos possuem componentes internos chamados organelas, responsáveis por desempenhar funções metabólicas específicas. Wolfgang Meier e seus colegas da Universidade de Bazel construíram organelas artificiais com polímeros e verificaram, em uma experiência in vitro, que elas ativam o funcionamento celular.

As nanocápsulas de polímero foram recobertas com um composto químico que aumenta a chance de que elas sejam engolidas por glóbulos brancos, células do sangue chamadas macrófagos. Em seu interior foram colocadas enzimas que produzem compostos fluorescentes, permitindo que os pesquisadores acompanhassem os pontos onde elas estavam funcionando sem afetar a célula hospedeira.

Nanorreator celular

As paredes da organela artificial podem ter sua composição ajustada para permitir que apenas determinados compostos químicos passem por elas, controlando desta forma as reações que vão ocorrer em seu interior. É por isso que os pesquisadores as chamaram de nanorreatores. Cada nanorreator mede 200 nanômetros de diâmetro.

Embora ainda não tenham começado as pesquisas em seres vivos, os cientistas vislumbram que suas organelas artificiais poderão ser utilizadas para contaminar as células cancerosas, fazendo com que elas se destruam de dentro para fora.

Destruindo células tumorais

As chamadas "drogas inteligentes", que já estão disponíveis no mercado, utilizam um mecanismo pelo qual elas só são ativadas na presença de uma proteína específica, proteína esta que só é encontrada nas células tumorais. Isso faz com que o medicamento aja apenas nas células doentes, não afetando as células sadias.

As organelas de plástico poderão ser ainda mais eficazes, já que estarão atuando no interior dessas células, transformando enzimas que tornarão o medicamento ainda mais efetivo.

Mutantes

Mas os cientistas vão ainda mais longe. Em entrevista à revista New Scientist, o Dr. Meier fala da possibilidade, no futuro distante, de se introduzir funções metabólicas não-humanas nas células humanas. "Nós poderíamos, em princípio, construir um nanorreator que levaria sua pele a fazer algo parecido com a fotossíntese. Assim, quando você tiver fome, tudo o que terá a fazer é ficar um pouco ao Sol," sonha ele.

Redação do Site Inovação Tecnológica

Bibliografia:

Cell-Specific Integration of Artificial Organelles Based on Functionalized Polymer Vesicles
Nadav Ben-Haim, Pavel Broz, Stephan Marsch, Wolfgang Meier, Patrick Hunziker
Nano Letters
May 2008
Vol.: 8 (5), 1368-1373
DOI: 10.1021/nl080105g

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Simpósio de games digitais reúne nomes internacionais no Rio Programação inclui feira, cinema, tenda com novas tecnologias e palestras.

Profissionais e estudiosos de jogos digitais terão, a partir desta quinta (8), uma programação intensa no Rio. Começa o VIII Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital, o SBGames 2009, que desta vez será sediado na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), na Gávea, Zona Sul da cidade, e terá a presença de grandes nomes internacionais.


“O principal palestrante é o Glenn Entis, um dos fundadores do cinema digital americano. A palestra dele eu não perderia por nada, é um privilégio tê-lo aqui”, disse Bruno Feijó, do Departamento de Informática da PUC, e um dos coordenadores do evento.


Para ele, a diferença desse ano para os anteriores é a diversidade de atividades, como salas de cinema e a tenda com tecnologias emergentes – parte delas dedicadas à interatividade com a educação.

O maior congresso acadêmico de games do Brasil, que acontece no Rio pela primeira vez, se dedica à pesquisa, desenvolvimento e inovação em jogos de computador, simulação em tempo real e novas formas de entretenimento digital. Neste ano, os organizadores esperam atrair 1.300 pessoas.

Maria das Graças Chagas, do Departamento de Artes e Design da PUC, também faz parte da coordenação do simpósio e acredita que um dos destaques dessa edição é a presença de empresas, o que abre espaço para a indústria. “É uma forma de fazer o link da academia com o mercado”, disse.

Ela explica que, por ser um congresso acadêmico, o objetivo é levar pessoas que pensam no futuro: “Não vamos falar só do presente. O Glenn Entis, por exemplo, vai falar sobre o que as pessoas vão pensar e ouvir falar daqui a três anos”, conta.

Convergência de mídias

Dessa vez, O SBGames terá como tema a convergência das mídias. A ideia é discutir a importância das relações entre diversas mídias e plataformas. Ou seja, o mesmo conteúdo gerado para a televisão, também é criado para o cinema, o computador e o celular.

“A convergência está entre as várias disciplinas que compõem essa nova área: a academia, a indústria e o comércio. Só na academia, a computação se converge em arte e design, cultura e educação. Não é só jogo de entretenimento, mas também jogos sérios. A tecnologia é a mesma, mas a aplicação é outra”, disse o coordenador.

Ele citou como exemplo uma plataforma de petróleo, para onde pode ser desenvolvido jogo de capacitação profissional, com simulações reais, que facilitam o mercado.

O evento ainda conta com o Festival de Jogos Independentes, que premia grupos iniciantes no mercado. O objetivo é revelar novos talentos da indústria nacional. “Esse ano acrescentamos mais oito categorias, virou uma espécie de Oscar dos jogos digitais”, brincou Bruno.

O simpósio, realizado desde 2002, é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) com o apoio da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (ABRAGAMES) e vai até sexta-feira (10).

Noticia da Reuters G1

Mais informações no site: wwwusers.rdc.puc-rio.br/sbgames.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Músculos artificiais imitam células musculares humanas.

Músculos lentos

Os músculos artificiais, com vários princípios de funcionamento, estão disponíveis há anos. Apesar de promissores, eles nunca tiveram um uso mais disseminado na robótica devido à sua baixa velocidade de atuação.

Apenas mais recentemente, um novo tipo de músculo robótico, cujo desenvolvimento contou com a participação de um pesquisador brasileiro, começou a vencer as limitações de velocidade - veja Músculo artificial de aerogel e nanotubos é superforte e super-rápido.

Músculos artificiais que imitam os naturais

Agora, um grupo de pesquisadores alemães resolver abordar a questão com os princípios da nanociência: de baixo para cima. E, para isso, nada melhor do que se inspirar nos próprios músculos biológicos e em suas células elásticas.

Quando você move seu braço ou sua perna, as células musculares precisam alterar seu formato, seja alongando-se ou contraindo-se. A equipe do professor Rudolf Zentel conseguiu criar nanopartículas que se comportam como essas células musculares, alterando seu formato de forma reversível, o que abre caminho para que elas sejam utilizadas na fabricação de músculos artificiais que imitem os músculos naturais.

Borracha de cristal líquido

As nanopartículas, ou micromúsculos, como os pesquisadores as chamam, foram criadas a partir de cristais líquidos mesclados com um polímero elástico. Em vez de se alinharem, como acontece na tela de um monitor de computador ou TV, bloqueando ou deixando a luz passar, as partículas de cristal líquido, que são originalmente arredondadas, alongam-se fortemente, aumentando seu tamanho em até 70%.

A mudança de formato nas moléculas de cristal líquido, ou elastômeros, é bem conhecida dos cientistas há muito tempo, mas até agora ninguém havia conseguido produzi-las nessa escala. Para conseguir o feito, os cientistas mesclaram a química dos cristais líquidos com a ciência dos polímeros, criando uma espécie de "borracha de cristal líquido."

Reator microfluídico

O feito em nanoescala foi possível graças a um reator microfluídico, uma espécie de laboratório químico construído sobre um placa de silício do tamanho de um chip de computador (veja Biochips).

Os ingredientes usados na fabricação dessas "células musculares" artificiais entram por um lado do chip, percorrendo microcanais e microcâmaras onde se dão as reações químicas. O produto final sai na outra extremidade do reator, de forma contínua. Esse conceito é também chamado de nanofábrica química.

Variando as condições da reação química no interior da nanofábrica, é possível fabricar partículas de diferentes tamanhos.

Aplicações dos novos músculos artificiais

Os músculos artificiais deverão ter uma aplicação real brevemente. A equipe do professor Zentel está pesquisando sua utilização nas próprias nanofábricas e em biochips, uma variação do mesmo conceito de reator químico em micro e nanoescala voltado para análises de laboratório e aplicações biomédicas.

Os pesquisadores afirmam também que seus micromúsculos poderão se tornar "uma séria alternativa para outros sistemas de atuação microscópicos, como os atuadores piezoelétricos e as partículas de hidrogel," graças à sua capacidade de gerar fortes pressões e torques e de alterar de formato rapidamente.



Redação do Site Inovação Tecnológica

Bibliografia:

A Continuous Flow Synthesis of Micrometer-Sized Actuators from Liquid Crystalline Elastomers
Christian Ohm, Christophe Serra, Rudolf Zentel
Advanced Materials
Vol.: Articles online in advance of print
DOI: 10.1002/adma.200901522

Unicamp desenvolve nanopeneiras de polímeros para uso biomédico.

Luiz Sugimoto - 15/09/2009

Unicamp desenvolve nanopeneiras de polímeros para uso biomédico
[Imagem: Unicamp]

Aplicações biológicas e biomédicas

Pesquisadores da Unicamp acabam de desenvolver nanopeneiras poliméricas, com aplicações principalmente em processos biológicos, que prometem ser alternativa bem mais eficaz do que as membranas de microfiltração disponíveis no mercado.

São materiais biocompatíveis e biodegradáveis de uso potencial, por exemplo, em cápsulas implantadas no corpo humano para a liberação controlada de medicamentos.

"Não há registro na literatura de peneiras ou membranas com este polímero e a mesma homogeneidade e dimensões submicrométricas dos poros. Essas características permitem direcioná-las para aplicações biológicas, como filtração de vírus, bactérias e glóbulos vermelhos", afirma o pesquisador Luis Enrique Gutierrez-Rivera.

Litografia holográfica

Segundo a professora Lucila Cescato, orientadora da pesquisa, o processo de fabricação das nanopeneiras envolveu a litografia interferométrica (ou holográfica), técnica desenvolvida no Instituto de Física da Unicamp. "A técnica consiste em projetar um padrão de interferência, gerado através de dois feixes de laser que, quando coincidem no espaço, demarcam regiões claras e escuras, intercaladamente".

Este padrão de luz e sombra é gravado duas vezes no material fotossensível (no caso, a resina negativa SU-8). A resina é girada em 90 graus entre as exposições e submetida posteriormente à revelação.

"Quando removemos a região não-sensibilizada, formam-se os poros. E, se promovermos mais exposições ao padrão de interferência, é possível gerar estruturas tridimensionais".

Polímeros substituindo o silício

As nanopeneiras foram fabricadas com o polímero PLLA (mistura de ácido poli-L-láctico), que tem a propriedade de se decompor e ser absorvido pelo organismo.

"Na década de 1990, o material dominante em sistemas microeletromecânicos para aplicações biomédicas era o silício, mas nos últimos anos vem sendo cada vez maior a utilização de polímeros, devido às suas propriedades de biocompatibilidade e moldabilidade".

Lucila Cescato observa, entretanto, que as membranas comerciais são produzidas através da síntese de polímeros, o que implica em pouca uniformidade no tamanho dos poros e também na sua estrutura.

Filtros de café e filtros de hemodiálise

"As indústrias de alimentos e químicas utilizam largamente estas membranas na filtração de partículas em função do baixo custo. Ocorre que esses processos não exigem tanta seletividade; coadores de café, por exemplo, são membranas deste tipo".

Já em uma hemodiálise, onde a seletividade é essencial, irregularidades no tamanho dos poros e na morfologia oferecem uma probabilidade, ainda que pequena, de que uma bactéria passe pela membrana. "Diferentemente dos materiais sólidos, os sistemas vivos são mais complicados, havendo células que se contraem e conseguem passar por cavidades menores que o seu tamanho", ilustra a professora.

Além da homogeneidade dos poros, as nanopeneiras possuem superfície lisa, o que facilita o escoamento e permite a retrolavagem, quando um dos problemas na filtração é o entupimento e inutilização das membranas. Por outro lado, Lucila Cescato atenta que por serem muito finas, as nanopeneiras não funcionam em processos industriais com taxa de filtragem e pressão elevadas. "O preço também não seria competitivo para uso em larga escala. Sua melhor aplicação é na filtragem por difusão".

Entrega de medicamentos

Por conta disso, Luis Gutierrez-Rivera buscou nanopeneiras com dimensões e características apropriadas para cápsulas que funcionam como microrreservatórios de onde drogas são difundidas para o fluxo sanguíneo, um processo conhecido como drug delivery system.

"A uniformidade dos poros torna o processo muito mais controlável. A eficácia das drogas depende da concentração adequada: doses acima do indicado são tóxicas, enquanto doses baixas não possuem efeito terapêutico e geram resistência".

Outra aplicação pensada para esses dispositivos é em microrreservatórios contendo células vivas produtoras de substâncias como a insulina. "Além de controlar a taxa de difusão de insulina para o corpo, a nanopeneira protege as células produtoras em seu interior, já que o diâmetro reduzido dos poros impede que os anticorpos entrem para destruí-las".

As nanopeneiras poderiam substituir as membranas poliméricas em mais uma aplicação importante, como biossensores que monitoram o fluxo de sangue através das artérias para detectar possíveis estreitamentos. A vantagem dos dispositivos desenvolvidos por Gutierrez-Rivera está, mais uma vez, na uniformidade dos poros e da estrutura, ao passo que as membranas comerciais apresentam problemas de permeabilidade e seletividade com frequência.

Nanopeneiras mais baratas

O pesquisador explica que, em membranas comerciais, a máxima homogeneidade de poros, na faixa submicrométrica, é obtida pela técnica de track etching, ainda assim com distribuição aleatória e variação de tamanho em torno de 35%. "Na última década, têm sido empregadas técnicas de fotolitografia de alta resolução para alcançar melhor homogeneidade e dimensões apropriadas para novas aplicações biológicas, tais como análise de proteínas e separação de vírus".

A ressalva do pesquisador é que, para fotolitografar poros com dimensões submicrométricas, são necessárias fontes de comprimento de onda muito pequenos, como feixe de elétrons, feixe de íons, luz ultravioleta ou raio X, sistemas extremamente caros ou que se restringem a áreas muito pequenas.

"A técnica que utilizamos - exposição holográfica ou litografia interferométrica - mostrou-se uma alternativa interessante e de baixo custo para gravação de poros com dimensões na faixa de 0,2 a 1 mícron, em áreas de até 4 polegadas, de uma só vez".

Como acrescenta a professora Lucila Cescato, esta técnica permite gravar poros extremamente pequenos em uma área grande, o que seria muito difícil com outro tipo de processo. "O sistema de escrita por feixe de elétrons ou de íons, cujo instrumental é caríssimo, grava em áreas de 100 por 100 micrômetros. Recorrendo à litografia holográfica, gravamos praticamente com a mesma resolução (poros na faixa de 200 a 600 nanômetros) em áreas de centímetros".

Programa converte partituras musicais para o sistema braille.

Deficientes visuais e profissionais da área de música têm, a partir de agora, a oportunidade de se aproximarem ainda mais, graças a um programa de computador desenvolvido por uma pesquisadora da Escola de Música de Brasília.

A professora Dolores Tomé desenvolveu um programa, batizado do Musibraille, que traduz partituras musicais em braille, permitindo sua leitura e manuseio por deficientes visuais. O programa será disponibilizado gratuitamente.

Música e braille

O Musibraille é o primeiro programa de computador em português capaz de transcrever partituras musicais para o braille, que é o sistema de leitura adota internacionalmente para os cegos.

"A partir de agora, poderemos atender a todos os cegos que têm como língua o português e acabar com a história de professores de música se recusarem a dar aulas para cegos por não saberem o braille", disse a professora.

Dolores desenvolveu o Musibraille em conjunto com os professores Antônio Borges e Moacyr de Paula Rodrigues Moreno, do Núcleo de Comunicação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O programa, que demorou nove anos para ficar pronto, teve custo total de R$ 20 mil.

Software gratuito

Segundo a criadora do programa, qualquer pessoa pode usá-lo. É necessário apenas digitar a partitura e, com um simples toque, o programa converte todo o conteúdo para a linguagem braille. De acordo com os professores, a meta é distribuir versões do Musibraille em todas as universidades e escolas de música no país.

O software já pode ser baixado pela internet no site www.intervox.nce.ufrj.br/musibraille e também será distribuído a partir de hoje em diversas cidades do, por meio de oficinas de capacitação de professores de música que serão realizadas em Brasília (de hoje até amanhã) , Recife (de 4 a 7 de agosto), Belém (de 2 a 5 de setembro), Rio de Janeiro (de 6 a 9 de outubro) e Porto Alegre (de 10 a 13 de novembro).