São Paulo - Cientistas desenvolvem aparelho do tamanho de celular que envia sinais cerebrais para músculos paralisados pelo computador.
Uma conexão artificial entre células nervosas do cérebro e músculos demonstrou ser capaz de restaurar movimentos voluntários de membros paralisados. A descoberta foi publicada no jornal científico Nature.
Cientistas da Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, implantaram eletrodos no cérebro de dois macacos, em pesquisa similar à liderada pelo brasileiro Miguel Nicolelis.
Cada eletrodo captava sinais de um único neurônio e estes sinais eram encaminhados para o computador através de um circuito externo.
Os sinais nervosos controlaram um cursor na tela e os macacos foram treinados a mover o cursor usando apenas sua atividade cerebral.
Depois disso, os cientistas paralisaram temporariamente o pulso dos macacos usando anestesia local. Eles reencaminharam os sinais dos eletrodos para distribuir sinais elétricos para os músculos do pulso e descobriram que os macacos poderiam controlar seus membros paralisados usando a mesma atividade cerebral. Os macacos aprenderam a fazer isso em menos de uma hora.
A tecnologia ainda é limitada a músculos paralisados temporariamente. Mas, para o futuro, os pesquisadores buscam desenvolver um dispositivo semelhante que possa ser útil para permitir que indivíduos com paralisias severas acendam a luz, pressionem um botão ou segurem uma xícara de café.
Segundo os cientistas, fazer conexões diretas do cérebro para o músculo poderia evitar o pesado processamento via computador necessário para decodificar os sinais que alimentam os braços robóticos e outras próteses, como acontece nos experimentos realizados até hoje.
Já a pesquisa da Universidade de Washington se baseou num chip alimentado por bateria do tamanho de um celular. Futuramente, o chip pode ficar bem menor.
"Já temos muitos eletrônicos que podem ser colocados dentro de um bolso de camisa. Esperamos em alguns anos ter esse equipamento pequeno o suficiente para ser implantado sob a pele, como um marca-passo", declarou o coordenador da pesquisa, Chet Moritz.
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